DIAGNÓSTICO


HISTÓRIA CLÍNICA

A apresentação clínica é muito variável. Em cerca de 10%, apre­senta-se como amenorreia primária. Nessas, muitas têm desenvol­vimento sexual incompleto e grande prevalência de alterações do cromossomo X

Outras desenvolvem amenorreia secundária, apresentam geralmen­te menarca na idade habitual e ciclos inicialmente regulares. Em alguns casos, a amenorreia surge abruptamente após ciclos regulares ou, mais comumente, após interrupção do uso de contraceptivos orais ou após gravidez. Na maioria das vezes, no entanto, é precedida por ciclos irre­gulares por anos, variando de oligomenorreia a períodos de amenorreia e/ou sangramento uterino disfuncional, até a cessação completa das menstruações. Pode vir acompanhada de sinais de hipoestrogenismo. Inicialmente são mais frequentes os sintomas vasomotores, como fo­gachos e sudorese, alteração de humor e insônia, evoluindo mais tar­diamente para a atrofia do trato urogenital, com maior propensão para vaginites, cistites e dispareunia.

A função ovariana pode se normalizar de forma intermitente e im­previsível no início do quadro clínico neste grupo de pacientes. Cerca de 20% das pacientes que são diagnosticadas com FOP apresentam evi­dência de ovulação e 5% de gravidez após o diagnóstico. Nos casos de amenorreia primária, isso não ocorre.

Alguns autores denominam como falência ovariana bioquímica quando ainda há ciclos regulares, mas com FSH já elevado. Há ainda o quadro de falência ovariana oculta, quando o FSH é normal, mas já demonstra provas de reserva ovariana diminuída. Isso leva a quadros de infertilidade e má resposta aos tratamentos de estimulação ovariana. Muitas vezes, esse é o dado mais precoce, que surge anos antes da irre­gularidade menstrual.

A história patológica pregressa deve excluir causas iatrogênicas: ci­rurgias pélvicas, quimioterapia, radioterapia pélvica, infecções ou doen­ças autoimunes. Deve-se pesquisar história familiar de menopausa pre­coce e doenças autoimunes em geral. Deve-se questionar também se há casos na família de debilidade mental ou quadros de ataxia em homens, que apontam para a possibilidade de esses pacientes serem portadores da síndrome do X frágil.

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